Portugal é o primeiro país a receber um grupo de jovens refugiados pós-pandemia como resposta aos apelos de ajuda da Comissão Europeia. Saíram da Grécia na manhã desta terça-feira e chegaram poucas horas depois a Lisboa. Em conversa com a RTP, Sónia Pereira, Alta Comissária para as Migrações, realça o esforço “solidário” de Portugal no “espaço da União Europeia”.
A Comissão Europeia junto dos 11 estados-membros que se comprometeram a fazer este acolhimento montou um plano de ação para que este acolhimento fosse efetivo e correspondesse a um conjunto de procedimentos.
Quais as características destes jovens?
São jovens entre os 15 e os 17 anos maioritariamente do Afeganistão, Egipto e Irão. E que vivem há algum tempo em situação de extrema precariedade nos campos da Grécia.
Eles são auscultados pelas agências que estão na Grécia para se perceber qual o perfil de cada jovem. Por exemplo, se têm familiares na Europa. E todos têm de concordar com o destino Portugal.
E irão permanecer em Portugal tendo em conta as situações anteriores de refugiados que fugiram de Portugal por preferirem outros países para viver?
O propósito deste acolhimento é dar condições de vida para que aqui possam desenvolver os seus projectos de vida e é nesse sentido que nós estamos a trabalhar.
É muito importante sentirmos que participamos no espaço europeu em que todos os países devem ser solidários uns com os outros.
Portugal atravessa uma situação de pandemia assim como a Grécia também, onde existem mais de 5 mil menores não acompanhados. Vamos acolher 1600. É uma tentativa de participar num esforço que deve ser colectivo, solidário, no espaço da União Europeia.
Essa questão está sempre acautelada. Sempre que Portugal recebe requerentes de protecção internacional ou pessoas já com estatuto de refugiados nos locais onde se encontram existe sempre, antes da vinda para Portugal, as verificações habituais de segurança nos sistemas europeus.
Essa dimensão está sempre acautelada do ponto de vista da segurança.
A partir de agora como vai ser a vida destes jovens? Portugal será um local de residência permanente ou temporário?
O que vai acontecer não sei porque não tenho uma bola de cristal. Aquilo que vamos proporcionar é um espaço de acolhimento criado com todas as condições. Com uma equipa técnica formada e preparada para os receber. Que já teve a oportunidade de os conhecer no âmbito da pré-partida que é organizada pela Organização Internacional para as Migrações na Grécia.